quarta-feira, 5 de dezembro de 2012


147-REFUGIA-TE EM PAZ
“Havia muitos que iam e vinham e não tinham tempo para comer.” -
MARCOS, 6:31
O convite do Mestre, para que os discípulos procurem lugar à parte, a
fim de repousarem a mente e o coração na prece, é cada vez mais
oportuno.
Todas as estradas terrestres estão cheias dos que vão e vêm,
atormentados pelos interesses imediatistas, sem encontrarem tempo
para a recepção de alimento espiritual. Inúmeras pessoas atravessam
a senda, famintas de ouro, e voltam carregadas de desilusões. Outras
muitas correm às aventuras, sedentas de novidade emocional, e
regressam com o tédio destruidor.
Nunca houve no mundo tantos templos de pedra, como agora, para
as manifestações de religiosidade, e jamais apareceu tamanho
volume de desencanto nas almas.
A legislação trabalhista vem reduzindo a atividade das mãos, como
nunca; no entanto, em tempo algum surgiram preocupações tão
angustiosas como
na atualidade.
As máquinas da civilização moderna limitaram espantosamente o
esforço humano, todavia, as aflições culminam, presentemente, em
guerras de arrasamento científico.
Avançou a técnica da produção econômica em todos os setores,
selecionando o algodão e o trigo por intensificar-lhes as colheitas,
mas, para os olhos que contemplam a paisagem mundial, jamais se
verificou entre os encarnados tamanha escassez de pão e vestuário.
Aprimoraram-se as teorias sociais de solidariedade e nunca houve
tanta discórdia.
Como acontecia nos tempos da permanência de
Jesus no apostolado, a maioria dos homens permanece no vaivém
dos caminhos, entre a procura desorientada e o achando falso, entre
a mocidade leviana e a velhice desiludida, entre a saúde
menosprezada e a moléstia sem proveito, entre a encarnação perdida
e a desencarnação em desespero.
Ó meu amigo, se adotaste efetivamente o aprendizado com o Divino
Mestre, retira-te a um lugar à parte, e cultiva os interesses de tua
alma.
É possível que não encontres o jardim exterior que facilite a
meditação, nem algum pedaço de natureza física onde repouses do
cansaço material, todavia, penetra o santuário, dentro de ti mesmo.
Há muitos sentimentos que te animam há séculos, imitando, em teu
íntimo, o fluxo e o refluxo da multidão. Passam apressados de teu
coração ao cérebro e voltam do cérebro ao coração, sempre os
mesmos,
incapacitados de acesso à luz espiritual. São os princípios fantasistas
de paz e justiça, de amor e felicidade que o plano da carne te impôs.
Em certas circunstâncias da experiência transitória, podem ser úteis,
entretanto, não vivas exclusivamente ao lado deles. Exerceriam sobre
ti o cativeiro infernal.
Refugia-te no templo à parte, dentro de tua alma, porque somente aí
encontrarás as verdadeiras noções da paz e da justiça, do amor e da
felicidade reais, a que o Senhor te destinou.

do livro Fonte Viva por Chico Xavier.

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